Aprendendo Com a Vovó

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O tempo passa, disso é certeza. E será num suspiro, por esse pequeno filme, um coração partido entre poemas não lidos, palavras amargas e o abismo da idade. Um detalhe, algumas lagrimas, coisas horríveis de se dizer. Uma vida que se vai pela porta… Esse é o fim. Esse é o começo, porque dentre tantas fotos espalhadas, lembranças e desenhos, surge alguém na mesma porta: Uma neta e um erro.

E eis a oportunidade para um (belo) road-movie de expiações e reparações. Que se conduz de porta em porta, pelo velho calhambeque, Lily Tomlin ao volante, a juventude ao lado, aos poucos dirigindo pelos segredos, o passado que se acumulou no fundo do baú e reaparece, inesperadamente, propositadamente. Porque o tempo urge e US$600 são necessários.

Uma comedia de pequenos erros, conexões intimas que se perderam no tempo, laços desatados a ficar na memória, (des)amores, (des)enganos. Uma tatto. Tudo a orbitar por essa atriz, sua personagem, seu oficio, alguém tomando corpo, rascunhada num caderno, talvez em algum café vazio, essa avó, senhora de si, extremamente feminista, politica, ousada, que fala de aborto, mas não plenamente de, somente no contexto e sob suas próprias expectativas. O que é certo, senão o livre arbítrio.

O filme é, claro, Lily, sua voz, suas rugas, feito para ela, e sob medida. Fala de perdas e como encará-las com inteligência e empatia, ou como expurga-las de uma forma simples. Basta um “foda-se”. E dito assim, filmado assim, o cineasta Paul Weitz nos oferece um belo mantra, senão um filme ou personagem que fica na memória, talvez no Oscar.

RATING: 72/100

TRAILER

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FILMES · SUNDANCE · RIO · FILMES LGBT

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