Meu Rei


Toi mon toit
Toi, toi mon tout mon roi


Como na canção de Elli Medeiros, Vincent Cassel é MON ROI, a estrela pelo qual orbita Emmanuelle Bercot e esse filme. O homem “para amar de cabeça”, o centro de tudo, da câmera de Maïwenn, da paixão da atriz, afinal a protagonista que oscila entre o amor e o ódio. Essa doença que nos arrebata e estilhaça, que constrói e destrói, isso ao longo de 10 anos, pouco mais de 2 horas de projeção, de romance, de casal, cheio de momentos felizes, espirituosos, o texto muito fluido, extremamente charmoso em suas brincadeiras e neuroses, igualmente nos conflitos e afinal na reabilitação, senão do joelho, ao menos do coração.

Sim, um mergulho às emoções, ao filme que nos joga pela montanha, muito rápido, muito inconsequente, rumo ao nada, a tudo. Também ao casamento, ao NOIVO NEUROTICO, NOIVA NERVOSA… E eis a adrenalina, a alegria de submergir num relacionamento, Cassel e Bercot na tela, o público e tal cinema em confidencias e através dessa historia “bom vivant”: O roteiro cheio de piadas e sombras, boa comida e amigos. Por ai, vivemos essa discrepância como nossos pais, nossos avós, tantos casais, evidentemente entre rei e sua súdita, depois a corte e seu príncipe.

E é assim, porque Cassel, o rei, o telhado, o ator, carrega em si o charme, a diversão, a primeira noite de amor (louco?) e, depois, com a química do elenco, a segurança do ofício, vivida com intimidade singular, sinérgica, também angustiosa, se torna o oxigênio de Bercot, sempre luminosa, irradiante. Palmas à atriz. Um filme de fácil identificação e apatia, certa dimensão universal, não essencial, não obrigatório, mas um bom filme. Pequeno. Extremamente simples, como os personagens o são na tela. E assim também é o riso, a leveza. “Para amar de cabeça”, ou não.

RATING: 68/100

TRAILER

BONUS TRACK

Article Categories:
FILMES · CANNES · RIO

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