Star Wars: Os Últimos Jedi

O universo Star Wars segue em perfeito equilíbrio: A dualidade entre o bem e o mal, masculino e feminino, as forças que se movem entre o lado negro e luminoso, a guerra entre o império e os rebeldes, diurno e noturno, o normal e o extraordinário, tudo isso em 150 minutos de projeção, de completa reviravolta, nessa franquia em constante mutação, nos demônios que pendem cada personagem para um lado, como se fosse um gigantesco pêndulo a oscilar entre dois polos – Yin e Yang – que separam pai de filho, irmão de irmã, homem de mulher, esse é o resumo da saga, e também a essência desse oitavo episódio (OS ULTIMOS JEDIS), o ato segundo da terceira trilogia e, portanto, uma ponte entre o começo e o fim na jornada de Rey.

Então, Rian Johnson fragmenta sua soap opera intergaláctica- nessa grande aventura de George Lucas -, entre o herói arrogante, o herói relutante e a heroína comum, cada núcleo em si, em seu devido equilíbrio, enquanto as esperanças são dizimadas, o combustível aos poucos se acabando até não restar quase nada, ninguém, nave por nave sendo abatida como uma longa fileira de dominós. São três lições a se aprender, cada personagem em sua caverna profunda, diante de seus medos, em duelo consigo e seus mentores. Na ilha deserta, Rey e Luke Skywalker se confrontam; no cassino distante, Finn e Rose Tico se apaixonam; na fuga impossível, Poe e Holdo estão em guerra. Três casais unidos em interesses comuns, enquanto a Primeira Ordem avança, o poder (ou fúria?) de Kylo Ren só cresce e a fumaça de Snoke une cada segmento, ligando os fios e os controlando como se fosse um titeriteiro com seus fantoches.

E a Disney, ao seu modo, como empresa de entretenimento que é, também o faz com seu público. OS ULTIMOS JEDIS é um evento cinematográfico, uma gigantesca peça de marketing, um caça-níquel sem fim de brinquedos e pelúcias. Diante desse cânon, é impossível desprezar por completo esse filme que, ame ou deixe, é imperdível pelo que se propõe: Uma aventura pipoca, um revival de velhas memorias e personagens inesquecíveis, imersos no fantástico, nos elaborados efeitos especiais e de narrativa, no infinito deus ex machina, que tudo resolve e – ainda sim – encanta. O arco de Carrie Fisher, que nos deixou em 2016, mas ainda sobrevive como Leia Organa é emocionante. A batalha no Deserto Vermelho é de tirar o folego e arrancar aplausos (literalmente). E, não à toa, a cena final… sim, ainda somos crianças. Ainda sonhamos. Resta esperança.

RATING: 78/100

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