A Biblioteca Pública de Nova York é uma das instituições culturais mais importantes da cidade, devido ao seu extenso acervo de livros, filmes, drama, arte e dança. O prédio principal, além de suas 92 agências espalhadas por Manhattan, Bronx e Staten Island, todos os centros comunitários que oferecem uma grande variedade de cursos – negócios, programação de computadores, idiomas, programas educacionais e alfabetização de adultos -, fazem do lugar um dos patrimônios mais democráticos dos EUA. Ali, todos são benvindos, todas as raças, etnias e classes sociais. E esse é o registro de Frederick Wiseman: Os bastidores dessa entidade, e como ela se sustenta frente à revolução digital.
O filme em si, é um precioso documento sobre a importância da biblioteca pública, a profundidade, o escopo e sua ampla gama de serviços. E vai além, porque registra a imensidão dos arquivos e coleções, todo o microcosmo de pessoas que acessam tais informações, seu cotidiano de consultas, o valor comunitário das ações sociais e culturais, o trabalho incansável de sua equipe. Afinal, esquetes abertos à diversidade, igualdade e pensamento.
E isso diante da Era Trump, o que torna o argumento, de certa forma, político. O confronto de milhões de volumes e trilhões de palavras da instituição frente aos tweets presidenciais de 140 caracteres. Desse embate, o confronto de ideais públicas, a visita em cada lugar, cada qual em seu próprio tempo e velocidade, o cineasta escreve um livro o qual se torna irresistível, uma grande crônica da América donde nós, o público, como um leitor voraz, lemos num suspiro. O tempo passa e nem percebemos os 200 minutos de projeção. Passa rápido, em boas histórias, bom entretenimento. Sim, um ótimo livro.
(*) Crônica livremente inspirada do material cedido pela DOC&FILM, incluindo entrevista com o diretor
RATING: N/T
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