Uma Mulher Fantástica


Marina é uma garçonete que passa boa parte de seus dias buscando seu sustento. Seu verdadeiro sonho é ser uma cantora de sucesso e, para isso, canta durante a noite em diversos clubes da cidade. O problema é que, após a inesperada morte de seu namorado, Orlando, sua vida dá uma guinada total: Ela é tratada com suspeita. Os médicos e a família de seu companheiro não confiam nela. A polícia lhe investiga para saber se ela estava envolvida na morte. A ex-mulher a proíbe de assistir ao funeral. E para piorar as coisas, o enteado lhe ameaça despejar do apartamento donde ela compartilhou tanto tempo com seu amante.

Marina é transexual. Para muitos, uma aberração. Uma perversão. Então, ela luta pelo direito de ser ela mesma. Luta com as mesmas forças com o qual passou sua vida inteira. Lutando para se tornar mulher, uma mulher complexa, forte e independente. UMA MULHER FANTÁSTICA, que Sebastián Lelio filma apaixonadamente.

E nas palavras do diretor, eis “um filme de esplendor estético, vigor narrativo, tensão e emoção. De tantas tonalidades, experiências e sentimentos, é um filme que é ao mesmo tempo uma celebração e um diagnóstico de sua protagonista, Marina Vidal. E como o público a verá afinal? Uma mulher, um homem, ou a soma de ambos? É, senão, um ser humano que constantemente muda diante de nossos olhos, que flui, vibra e se modifica. O que se vê, não é exatamente o que está ali e esta condição transforma a personagem num vórtice que atrai a fantasia e o desejo, nos convidando a explorar os limites da empatia”.

Dessa protagonista, uma espécie de “Cavalo de Troia” de humanidade, se constrói uma narrativa que combina várias crenças, valores e visões de mundo e donde Marina sempre sobrevive e prevalece. O próprio filme, sendo um “trans-gênero”: Sua identidade não se ajusta, não para e se recusa a ser uma única coisa. Então vemos o romance, os fantasmas, a fantasia, a humilhação e a vingança. Também um documento de realidade, um estudo de caráter, um conto que nos encanta e nos coloca em seu lugar e dentro desse cinema que se expande com elasticidade espiritual. Um território muito além da sala escura, do realismo, ou das questões sem resposta. Um lugar, diria, fantástico. Literalmente.

(*) Crônica livremente inspirada do material cedido pela Premier PR, incluso notas de produção e entrevista com o diretor
RATING: 79/100

TRAILER

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FILMES · BERLIM · TIFF · SAN SEBASTIAN · FILMES LGBT

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