A história de uma mulher, sua vida, seu casamento e seus amores. De Marion Cotillard casada convenientemente com Àlex Brendemühl. E depois, um amor inesperado em uma cura termal para tratar dessa MAL DE PIERRES, mas no fundo os males do coração, diante de outro homem, coxo e casado, que sofre da mesma doença. Então, outros males surgem sutilmente… A loucura, a paixão, a sobrevivência. O público acompanha cada ditame com estranha (in)sanidade enquanto na tela se desenrola o melodrama, mil vezes filmado e contado, de Guinevere à Anna Karenina, de Capitu à Thérèse Desqueyroux. E agora de Gabrielle (a personagem), de Marion (a atriz) e de Nicole (a cineasta). Eis a catarse, senão o desastre.
O filme em si é uma doença, o título se refere à uma espécie de distúrbio nervoso. E a protagonista sofre disso, desesperada loucamente pelos homens, o professor de literatura, o padre, o soldado convalescente, mas não o único homem que lhe escolhe, justamente o marido que, sabe se lá o motivo, resolve desposá-la porque a sogra mandou. A protagonista é insuportável, sofre dos nervos, e nos deixa extremamente nervosos também. Melhor irmos todos para o tal spa nos tratar desse “mal du cinema”.
O argumento lembra a primeira geração do Romantismo, daqueles que se morrem de amor, sufocado, desesperado, claustrofóbico. Louis Garrel encarna o amante e a auto piedade insuportável. É o escolhido ou, ao menos, a música tonitruante assim o denuncia, cercado de violinos e boa intenção. O filme se arrasta. O sofrimento idem. Nos causa mal de tetê. Não acaba. Nunca termina. Marion sofre e sofre e sofre. Não há cura. (Nem foto).
RATING: 38/100
TRAILER