Oscar 2021, o filme

Quase uma novela, o Oscar 2021 finalmente será entregue nesse domingo para encerrar a maior temporada de sua história. Depois de 14 meses e uma pandemia que remodelou por completo a experiência de ir ao cinema, aquela doce sensação de comer pipoca em piso grudento com… é… outras pessoas, a academia vai celebrar finalmente aquilo que não foi: o cinema em 2020! A ironia: o diretor é – entre outros produtores – Steven Soderbergh, o mesmo de CONTÁGIO.

A ideia em si, é ambiciosa: um encontro íntimo e pessoal, sem Zoom e limitado aos indicados, apresentadores e seus convidados. Isso dividido em vários cenários, o próprio Teatro Dolby donde se apresenta a cerimônia anualmente, mas também na Union Station, que normalmente é uma estação de trem, ônibus e afins para os passageiros angelinos e, por acaso, nesse domingo também será o “Jardim de Allah” para suas estrelas, não só o quadro de Maxfield Parrish de 1918 que serve de inspiração, mas toda a cenografia da premiação. O projeto é assinado por David Rockwell, o mesmo das nababescas cerimônias de 2008 e 2009, então aguarde muito arabesco metálico, art déco e cortinas de led. E flores. Muitas flores. Será um Oscar bem instagramável, aliás.

O desafio: manter minimamente a audiência (já em queda) na premiação, isso num ano catastrófico em transmissões televisivas dos prêmios. E mais: sincronizar o vai e vem das estrelas entre os ambientes, não só em Los Angeles, mas nos hubs de Nova York, Londres e Paris (e seus devidos fusos horários e conexões por satélite), isso mantendo a rotina protocolar da premiação, os seus 23 Oscars, outros dois prêmios humanitários e o segmento “in memorian” e, detalhe, sem um tapete vermelho para manter a devida “distância social”.

Contudo, haverá Oscar. E será inédito, um “filme de três horas”, segundo os produtores. A sinopse-slogan é “Traga seu amor pelo cinema” e o evento em si, será gravado em 24fps, muito truque de fotografia, lentes angulares, câmera no ombro e pontuações envolventes da trilha sonora de DJ Questlove (Pois é, nada de orquestra também). A ordem da premiação, conforme conhecemos, de alguma forma será alterada e os segmentos serão intercalados por entrevistas pré-gravadas para criar “uma narrativa”.

Outra grande mudança em relação à cerimônia usual: a apresentação das quatro canções indicadas, diretamente do telhado-varanda do Museu da Academia, serão mostradas em um pré-show (e pré-gravado) de 90 minutos, apresentado pelos atores Ariana DeBose (HAMILTON) e Lil Rel Howery (BAD TRIP), mas isso só para os gringos verem por que no Brasil tem BBB antes. A quinta canção indicada, “Húsavík”, teve seu videoclipe gravado direto da cidade natal, a própria Húsavík na Islândia (talvez passe no Fantástico, quem sabe?). Adiantar as canções indicadas, parece certo descaso, todavia, isso preenche o espaço vazio do tapete vermelho.

Também haverá um pós-show ao vivo (para os gringos, ok?): intitulado “Oscars: After Dark”, com os apresentadores Colman Domingo (ZOLA) e Andrew Rannells (FESTA DE FORMATURA), esse especial recapitulará os destaques do show e permitirá um vislumbre do que é o tal “Baile dos Governadores”, claro, sem aglomerações.

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