O Primeiro Homem


Ao infinito e além, ao espaço e à lua, entre deuses e astronautas, ele foi o primeiro! O PRIMEIRO HOMEM, o primeiro herói… Neil A. Armstrong deu um salto e se tornou uma lenda, um nome, um ato, depois um livro, agora um filme. E nada poderia ser mais extraordinário, exceto por sê-lo Ryan Gosling, tão reservado, contido e não-vistoso como o personagem real, nesse filme de Damien Chazelle que versa – e novamente – sobre os custos de uma conquista e o preço da excelência. Assim como Andrew o fez em WHIPLASH, Sebastian e Mia o fizeram em LA LA LAND, a “missão impossível” cabe agora aos Armstrongs, à Neil e Janet, e aos preparativos dessa viagem inesperada.

Baseado na biografia homônima de James R. Hansen, o filme revela insights íntimos sobre a vida desse homem, que foi à Guerra na Coréia, foi piloto de testes na Força Aérea, por fim engenheiro na NASA. E como foi difícil, arriscada e perigosa essa jornada, não à toa filmada como se fosse um thriller visceral, porque tal experiencia – ir ao espaço – demanda enorme tecnologia, computadores e aparato digital, algo que, nos anos 60, não havia. Então, o cineasta vai ao analógico, como naquela época, e filma sob um filtro amarelado, como um antigo filme em televisor de válvulas à vácuo tríodo. E é com régua de cálculo que se traça a aventura, a loucura, o tal empreendimento, enquanto o protagonista orbita entre a lua e a cozinha, a família e as estrelas, e a jornada circunda o fracasso. Chazelle busca o espaço profundo, micro e macroscopicamente, momento a momento, respiração a respiração, a câmera colada no ator, esse homem sem emoção, ou que entende seu lugar tão completamente que nos nega qualquer expressão ou dúvida. Faz um “cinéma vérité” e, com ele, destaca o desgosto, a alegria, tantas vidas vividas e perdidas em nome de um objetivo maior.

Portanto, um filme de herói, escrito na família e na álgebra, na história dos astronautas, das falhas e fracassos de outros foguetes e, de novo, sempre adiante, sempre ao infinito e além. Embora o resultado do pouso do Apollo 11 na Lua seja bem conhecido, os passos que levaram à essa missão – bem como a resistência e a determinação do homem que deu o primeiro passo – são, para a maioria, um mistério. Um enigma que se esclarece agora, nesse filme – o primeiro sobre o tema -, entre 1961 e 1969, quase 140 minutos de projeção e Ryan Gosling, aparentemente no mundo da lua, mas de fato, imenso na tela, aprendendo a voar.

(*) Crônica livremente inspirada do material cedido pela Universal Pictures, incluso notas de produção e entrevista com o diretor e elenco
RATING: 75/100

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FILMES · TIFF · VENEZA · SAN SEBASTIAN

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