Cemitério do Esplendor


Eis o amor em Khon Kaen: Um retorno às origens, tantas SÍNDROMES E UM SÉCULO, afinal à casa de Tio Boonmee… Na tela, donde se escava e se escava antigas historias, vemos um hospital, outrora uma escola e vários soldados. Ali, todos dormem. E nessa doença do sono, donde o tempo parece suspenso, onde ninguém se mexe, nem o vento, nem as sombras, exceto as pás dos ventiladores que giram e giram e giram como óvnis prestes a abduzir esses jovens sonolentos, sonho e realidade se confundem.

Porque dormem esses soldados? Estariam sonhando? Um pesadelo? Doença? São, senão, sonâmbulos andando pela noite em algum lugar ermo ou antigos reinos e cujas terapias são inúmeras, passe, oração, cromoterapia ou mediunidade. Não importa. Eles dormem.

Em uma consulta deste “hospital-escola”, o médico resolve transferir seu paciente para um hospital real. O paciente, confuso, lhe pergunta: “Aqui não é real?” E poderia? Pela porta atravessa uma galinha com sua ninhada; Pelo bosque, reinam dinossauros perdidos; No almoço, uma deusa da seda vem nos contar antigas lendas. O vento inesperadamente sopra e com ele, esse cinema de mãos dadas com Morfeu e sua poeira. Seria o purgatório? Uma visão? Arma química? O que é? Não sabemos… Então oremos. Vibremos por esse (delicioso) transe.

Um cinema de (pleno) sentidos. Para ouvir, respirar, sentir. Um filme que nos suga, como antigos reis com seus soldados. O esplendor que lhes absorve para suas batalhas em outros mundos. E com eles, pelo invisível, visitamos esse castelo, o outro mundo, a natureza, os fantasmas, pelas lápides e os bosques, pela sala de projeção, essa luz inesperada, que se projeta em nossos corpos, dormentes, hipnotizados, ou pela tela em forma de rainhas serpentes e bolas de fogo. Azul. Vermelho. Verde. A cidade dorme. Desperta. O rio corre. Estamos encantados.

RATING: 87/100

TRAILER

Article Categories:
FILMES · SUNDANCE · CANNES · TIFF

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