A Assassina


120 anos de cinema e alguns marcos na história: BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES em animação, CIDADÃO KANE em narrativa, STAR WAR em ficção, AVATAR em 3D… Em Cannes, outro marco se fez, outro ponto de virada: O antes e o depois do cinema digital, talvez o filme mais bonito já feito na história, seja em preto & branco, ou em cores. E, sim, falamos dessA ASSASSINA.

Esqueça a história que remonta a antigos impérios chineses, traição e culpa, escolhas e exílio. Ela é mero detalhe, um fiapo narrativo pelo qual destila – e somente – a essência da imagem, da luz, da sombra, da cor, cada minúcia em seu pormenor, o esplendor de um cenário dourado, a luz bruxuleante de milhões de velas, o cetim em ínfimas texturas… Esse brilho dedilhando em cada cena, o vento, o tempo, a canção. No interior e no exterior, de dia ou de noite. Sim, estamos simplesmente embriagados. Extasiados.

E a câmera de Hou Hsiao-Hsien oscilando – e vagarosamente – como um pêndulo, indo e voltado, por trás das cortinas, a cor mais nítida ou não, os sentidos mais apurados ou não. O efeito é de hipnose: Afora o gênero, o wuxia, já ser impressionante, o diretor trata esse balé em tons de absoluto orgasmo visual. Cada cena de um genuíno barroco de som, imagens, momentos. Uma arte que eleva o “cinema digital” à estratosfera, em novas dimensões e possibilidades infinitas. Não há nada mais o que comentar aqui. Nenhuma palavra. Basta ver. Um ínfimo. Somente ver. Sentir. Estar.

RATING: 90/100

TRAILER

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FILMES · CANNES · TIFF · SAN SEBASTIAN · ROTTERDAM

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