Divertida Mente

Difícil dizer o que se passa na DIVERTIDA MENTE de Peter Docter: São tantas emoções, tantas vozes que ouvimos em nossas cabeças, cada pensamento ao trabalho desse Quartel Cerebral, desse extravagante cinema, de Riley, também de nós, o publico encantado diante dessas figurinhas que desafiam a imaginação: Primeiro a Alegria, a energia repleta de otimismo e bom humor que nos deixa SIMPLESMENTE FELIZ por esse personagem (ir)radiante, diria iluminado. Depois o Medo, a emoção vigilante, onipresente, responsável pela (ins)segurança e potenciais desastres, avaliando os perigos, as armadilhas e cada risco em seus mínimos detalhes. Em alerta. Sempre alerta. Alerta vermelho. Eis a Raiva, o caráter impetuoso que tende a explodir (e literalmente) quando as coisas não saem como planejado, o senso de justiça, extremamente forte, que inflama por um sim ou um não. Não! Credo! Nem pensar! Afinal o mantra do Nojinho para evitar que se envenene a vida, seja com brócolis ou roupas feias e – sejamos francos -, animada pelas melhores intenções e níveis de exigência. Por fim, a Tristeza, qual o seu papel nisso tudo?

Ninguém sabe, mas ela é fundamental para essa estória, pelo sentimento, pelo subconsciente. “Por 33 segundos extraordinários, a Alegria é a única emoção na mente de Riley. E então a menina começa a chorar e a Tristeza aparece”. Voilá, eis a melancolia onipresente em cada cena e cada vez mais forte com tantas mudanças, as emoções assustadas, a reviravolta, a quebra de personalidade, de referências… Alegria e Tristeza perdidas no canto mais remoto do espirito com tudo o que é essencial, restando apenas essa apatia de adolescente ou a confusão de Medos, Raivas e Desgosto.

Pense nisso: Aos 11 anos, às portas da juventude, do botão vermelho, do piti, Alegria e Tristeza são presas no esquecimento para vagar pela memoria da infância, a imaginação, a terra dos sonhos, do abstrato, o pensamento muito rápido nesse labirinto cheio de reviravoltas, enquanto aos poucos tudo desaba, os amigos, os hobbies, a honestidade, a família… E nessa loucura, desse genioso roteiro, pela tela emana outro épico “Pixar”, cheio de poesia e criatividade, personagens inesquecíveis, momentos comoventes, (e)ternos, cheio de reviravoltas. Afinal, um filme que nos leva do riso às lagrimas em segundos, mesmo ao toque de um botão, quase que instantaneamente como se fosse magica.

E é mágico! Senão, a chave para a felicidade – seja no cinema ou na vida em geral -, a alegria de ver tantas coisas, senti-las, experimenta-las. E com tantas experiências, aprender, crescer e reconsiderar a própria definição dessa alegria, estando com a família e seus amigos, ali mesmo, no cinema, nesse grande filme que, ao final, deixa muita saudade.

RATING: 85/100

TRAILER

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ANIMAMUNDI · FILMES · CANNES

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