Animais Fantásticos e Onde Habitam

A ameaça nefasta de Voldemort veio e se foi. Harry e Gina se formaram e casaram. Hermione e Ron, também. Tiveram filhos. Os filhos cresceram e voltaram à Hogwarts em mais uma aventura, talvez o teatro de alguma “criança amaldiçoada”, não importa, porque o arco desses personagens aparentemente se fecha. Resta, então, voltar ao passado, quase 70 anos no tempo, às origens das ciências ocultas, das relíquias da morte, de outros protagonistas, “a Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore”, seus amores e desamores com Gellert Grindelwald e, dali, um provável conflito, um duelo entre o bem e o mal, a inspiração maligna de “você sabe quem” e uma nova franquia no cinema. Também a biografia não autorizada de Rita Skeeter, vale lembrar.

E é remoendo o passado que J. K. Rowling expande seu universo em infinitas possibilidades, não só sobre ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM, mas também os próprios bruxos que povoam cada canto do planeta, as famílias notáveis que habitam os livros do Prof. Binns, talvez os estudiosos que racionalizaram as disciplinas mágicas, tal como são conhecidas hoje, Batilda Bagshot (História da Magia), Miranda Goshawk (Livro Padrão de Feitiços), Libatius Borage (Estudos Avançados no Preparo de Poções) ou mesmo Newt Scamander.

E é sobre esse autor, seu livro, sua formação, o ensaio e a didática com o trato das criaturas mágicas, todo esse processo de criação e aprendizagem, que se desenha um novo panorama, diria mágico, aos fãs da série: Uma aventura, uma fantasia, um flerte ao Pokemon Go, à JUMANJI, muitos animais curiosos, seres magníficos, elfos, duendes, okamis, thunderbirds, seminvisos, pelúcios e mortalhas-vivas, que inesperadamente fogem dessa estranha maleta-laboratório, pela cidade afora, com intuito somente de nos encantar com suas artimanhas fantásticas. Enquanto ao fundo, algo mais sinistro acontece, preconceitos, violências, restrições, os mesmos temas de Harry Potter, tão intensos e perigosos, como vistos em Hogwarts, mas aqui, na Nova York dos anos 20, no intertítulo das grandes guerras, na “Art Déco” do mundo bruxo, é apenas uma semente. A FITA BRANCA, por assim dizer.

Grindelwald, o mestre negro de Voldemort, portanto, é só uma ameaça. Um sussurro inócuo no começo. Um cameo surpreendente no final. A pedra filosofal pelo qual se divide o certo e o errado, ao menos nesse filme, porque a narrativa está interessada nos protagonistas, no tímido Newt, nas irmãs Tina e Queenie e no trouxa Jacob. No desenvolvimento desses personagens, sua história e motivações com esse mundo, entre as regras magicas e, logico, posteriormente com os tais animais. A química entre eles é surpreendente. O filme em si é correto. Diverte. Emociona. Nos enche de nostalgia. Não é um Harry Potter, é verdade, mas como primeiro capítulo é bastante promissor.

RATING: 73/100

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