GUERRA AO TERROR no Prêmio. Homenagem ao Terror no Palco. O show da 82ª Cerimônia do Academy Awards encarnou bem o tema que se propôs: Nunca foi visto um Oscar como esse… Uma premiação, no geral, justa. Uma dupla de apresentadores afiados e divertidos e um espetáculo terrível. Medíocre mesmo.
Adam Shankman e Bill Mechanic, produtores do Oscar 2010, pensaram em uma cerimônia ágil, jovial e revolucionária. Ficaram no lugar comum. O número de abertura foi irrisório. A apresentação das trilhas musicais em ritmo de street dance foi grotesca e o tratamento dado à Lauren Bacall e outros honorários da velha guarda do cinema foi constrangedor. A pobre coitada foi escondida num canto obscuro da platéia, que atônita, não sabia para onde aplaudir… No final, acharam a mulher, deram as costas para o palco – e a câmera – e ovacionaram a homenageada. Foi feio… Muito feio… (Não teve ensaio?)
Mas o pior ficou para o fim: Tom Hanks entrou em cena e anunciou o principal Oscar da noite em apenas 30 segundos. Sequer listou os indicados. Disse olá para o público e anunciou GUERRA AO TERROR. Foi provavelmente um novo recorde!
Houve uma singela homenagem aos Curtas-Metragens. Outro tom da cerimônia. Tudo curto, seco, ríspido, sem grandes detalhes para a emoção. Os prêmios eram anunciados em Power point em ritmo de expedição de linha de produção. Houve muitas falhas. Muitos erros. Nem o retorno dos padrinhos, a grande novidade do Oscar 2009, ajudou.
A química de Alec Baldwin e Steven Martin, repleta de piadas, engraçadas, ágeis, apimentadas, não foi suficiente para salvar a noite. O Oscar perdeu o fôlego consideravelmente na metade final. Parecia AMOR SEM ESCALAS. A dupla sumiu de cena no final. Desapareceram. Vergonha?
Os prêmios foram justos. E nesse ponto, nunca se viu um Oscar como esse… Depois de 80 anos, uma mulher ganha o Oscar de Direção. O feito de Kathryn Bigelow não teve precedente. Uma vitoria de David e Golias. Embora Golias, o gigante azul chamado de AVATAR, já estava agonizante desde os Oscars de Sonoplastia. Ganhou também em roteiro, terra de BASTARDOS e em Montagem, onde já reinava absoluto.
Os coadjuvantes roubaram a cena. Waltz repetiu o feito de Cannes: Ganhou! E Mo´nique protagonizou um dos discursos mais bonitos e comoventes da noite. E se Cannes deu sorte para Hans Landa, azarou todos OS PROFETAS da noite ao esnobar A FITA BRANCA em favor dO SEGREDO DOS SEUS OLHOS. Foi merecido? Talvez, mas alemães e franceses tinham mais cinema.
A diva da noite foi Sandra Bullock. Vestiu-se de simpatia para receber sua Framboesa de Ouro e depois de sereia para ganhar um Oscar. É, enfim, uma atriz esforçada, que talvez não tenha o talento de uma Merly Streep, mas pelo menos tem personalidade. E, desculpem-me as anoréxicas, mas Gabourey Sidibe estava, literalmente, PRECIOSA. Naturalmente não digo o mesmo do Oscar 2010 – O show – Esse, sim, bem fubica.
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