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O mundo segundo Agnieszka Holland é um lugar dONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ: E é ali, NA ESCURIDÃO, nesse espaço donde vivemos e certamente a Polônia está e de onde ela filma, que surgem os personagens mais interessantes e os dramas mais pitorescos. E a protagonista de SPOOR não foge a regra: Uma mulher honesta, apaixonada, aposentada, mas também louca. Louca de raiva, obsessão, amor pelos animais e compaixão pelas pessoas marginalizadas. Um ser cheio de rebelião e ultraje e cuja revolta – cruel e anárquica – não tem a intenção de nos ultrajar, mas pelo contrario, acaba nos seduzindo. Isso é imoral? Sim, mas é só através dessa provocação extrema (muitas vezes sublinhada com humor e ternura) que podemos descobrir a injustiça e a crueldades desse mundo.

Na tela, a protagonista nos conduz através de uma paisagem em que a beleza da natureza e a amizade humana são misturadas com lama, corrupção, estupidez e sangue. Ao fundo, um mistério, vários crimes e desaparecimentos, primeiro seus amados cães, depois o vizinho e então, vários outros, todos caçadores. A policia se prova ineficaz. A velha mulher tem uma teoria… Tais crimes foram provocados por animais selvagens (!).

Um conto de Agatha Christie, de suspense e metafisica, donde a cineasta “pisa sobre os ossos dos mortos” e, ali, se diverte em mil intrigas e especulações. Um filme policial (e provincial) que retrata a sociedade como ela realmente é, e donde os gêneros são misturados, assim como a realidade e a imaginação. Ao final, fica até a dúvida se tudo não se passa na cabeça da personagem. Ou não.

(*) Crônica livremente inspirada do material cedido pela Beta Cinema, incluso notas de produção e entrevista com a diretora
RATING: 63/100

TRAILER

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REVIEW · BERLIM · RIO

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