Não há muito cinema aqui, só a manchete: um terremoto, perto de uma vila chamada Kookal… provavelmente muitos mortos, a vila inteira destruída, a grande chance de um jornalista. Então, um plano sequência em torno da terra arrasada, donde caminhamos pela estrada e o cenário desolado, pessoas pedindo socorro, enfermeiros resgatando alguém, arvores caídas e carros abandonados por toda parte. VIOLÊNCIA GRATUITA de um diretor que filma low cost. Segue a estrada, talvez à caminho dA MONTANHA DOS SETE ABUTRES, mas no climão “Silent Hill”, o protagonista dirigindo e dirigindo e dirigindo sob as flautas de Pan, uma perseguição eletrizante, curva aqui, curva acolá (ERA UMA VEZ NA ANATOLIA na floresta?), uma antiga música tâmil tocando na rádio e nada de filme, nada de história. Oow! Um abismo! Olha! Um desabamento! Meo Deos! Um carro suspeito… ah, era um Uber.
Um terço de filme já se foi e seguimos por estradas indianas. Kookal já está perto, indica a placa. A ambientação segue as pegadas dA BRUXA DE BLAIR. E vamos adiante, só floresta, estrada, floresta. O homem finalmente chega e se depara com… é… nada. “Terremoto aqui? Não sinhô, não senti nada… meus colegas de escola comentaram que é na próxima vila”. Então segue a névoa e vai, vai, vai. “Irmão, esta estrada não o levará até a vila. Você deve andar pela floresta”. Ok, vai lá, segue a mulher com o facão. A sensação é de andar em círculos. “Não sabemos de nada, não nos incomode”. Sabe aqueles filmes de jornada épica em busca de El Dorado, Shangri-La, Cocanha ou… é… Kookal? Pois bem, a mesma loucura em busca de um terremoto imaginário, alguns diriam “marolinha”.
O TREMOR é o filme de estreia de Balaji Vembu Chelli, curta metragista desde 2011, portanto um diretor ainda novo, que filma sob uma boa premissa e com execução honesta, quase em tons surrealistas. Sim, o final leva ao lugar comum, mas enfim… os filmes de M. Night Shyamalan também (risos).
RATING: 65/100
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