Na noite de 7 de outubro de 1985, centenas de pessoas fizeram fila na porta do antigo Cinearte, no Conjunto Nacional, em São Paulo, para acompanhar uma sessão especial. Era a apresentação dos dois primeiros episódios de BERLIN ALEXANDERPLATZ, série que o diretor Rainer Werner Fassbinder fez para a TV alemã em 1980.
As mais de 15 horas da obra-prima, dividida em 14 episódios, foram exibidas ao longo daquela semana, dentro da 9ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em uma parceria com o Instituto Goethe.
A fila deve se repetir em alguma sala paulistana a partir de 25/10, talvez no próprio Cinearte (hoje Bombril), pela mesma razão. BERLIN ALEXANDERPLATZ será exibida pela Mostra, em nova parceria com o Goethe. Agora, porém, será a versão restaurada da série, em cópias de 35 mm, que estreou no Festival de Berlim de 2007.
Em artigo na Folha em 1985, o diretor da Mostra e então crítico do jornal, Leon Cakoff, definiu a série como “impressionante, assustadora, comovente, hipnótica, delirante”, um “melodrama de sangue e néon” para demonstrar que “o ser humano é o pior dos animais”.
Versão para a novela do alemão Alfred Döblin, BERLIN ALEXANDERPLATZ acompanha a trajetória de Franz Biberkopf (Günter Lamprecht), ex-presidiário que tenta levar vida honesta, mas não consegue, na Alemanha falida dos anos 20.
Episódios
O CASTIGO COMEÇA
EPISÓDIO 02
COMO VIVER QUANDO NÃO QUEREMOS MORRER?
EPISÓDIO 03
UMA MARTELADA NA CABEÇA PODE FERIR A ALMA
EPISÓDIO 04
UM PUNHADO DE GENTE NAS PROFUNDEZAS DO SILÊNCIO
EPISÓDIO 05
UM CEIFADOR COM A VIOLÊNCIA DE NOSSO SENHOR
EPISÓDIO 06
O AMOR TEM SEU PREÇO
EPISÓDIO 07
LEMBRE-SE: UM JURAMENTO PODE SER AMPUTADO
EPISÓDIO 08
O SOL AQUECE A PELE, MAS ÀS VEZES A QUEIMA
EPISÓDIO 09
DAS ETERNIDADES ENTRE OS MUITOS E OS POUCOS
EPISÓDIO 10
A SOLIDÃO CRIA RACHADURAS DE LOUCURA ATÉ NAS PAREDES
EPISÓDIO 11
O CONHECIMENTO É PODER E DEUS AJUDA A QUEM CEDO MADRUGA
EPISÓDIO 12
A COBRA NA ALMA DA COBRA
EPISÓDIO 13
O EXTERNO E O INTERNO E O SEGREDO DO MEDO DO
EPÍLOGO
MEU SONHO DO SONHO DE FRANZ BIBERKOPF | ALFRED DÖBLIN: UM EPÍLOGO
Por Leonardo Cruz (Folha de São Paulo)