A Última Sessão do Cinema Belas Artes

Depois de um ano de funcionamento sem patrocínio, uma longa luta que culminou com o pedido de desocupação do imóvel por parte do proprietário, o Belas Artes, um dos cinemas mais antigos e tradicionais não só da cidade de São Paulo, mas do Brasil, anuncia para esta quinta-feira (17/03) o encerramento de suas atividades no célebre endereço que o abrigou por 68 anos: a esquina da rua da Consolação com a avenida Paulista.

Mas esse triste fato não significa o fim definitivo do Belas Artes. A sua proposta de difundir o que há de melhor na cinematografia mundial, ofício acompanhado apaixonadamente por cinéfilos de tantas gerações, não deixará de existir, mesmo que para isso seja necessária uma mudança de endereço. É o que promete André Sturm, sócio-proprietário e programador oficial do cinema,

Por enquanto, Sturm se preocupou em deixar como lembrança para esses cinéfilos uma “ultima sessão de cinema”, com seis clássicos exibidos simultaneamente, um em cada sala, no último dia. Dessa maneira podemos dizer que o Belas Artes teve as suas cortinas encerradas de fato não por nenhum simples mortal, mas sim por Rodolfo Valentino, em O ÁGUIA; Marlon Brando em QUEIMADA; Luchino Visconti com O LEOPARDO, Eric Rohmer com O JOELHO DE CLAIRE; Federico Fellini com A DOCE VIDA; e os Irmãos Marx em NO TEMPO DA ONÇA.

Negando-se a dizer adeus, o Belas Artes acena “até a próxima sessão”!

Programação:

Quinta-feira, 17 de março
Sala 1/Villa-Lobos: A DOCE VIDA – 21h
Sala 2/Candido Portinari: NO TEMPO DA ONÇA – 21h30
Sala 3/Oscar Niemeyer: O LEOPARDO – 20h30
Sala 4/Aleijadinho: O JOELHO DE CLAIRE – 21h30
Sala 5/Carmen Miranda: O ÁGUIA – 21h20
Sala 6/Mario de Andrade: QUEIMADA! – 20h20

Sinopses:

A DOCE VIDA (La Dolce Vita)
Federico Fellini


Roma, início dos anos 60. O jornalista Marcello vive entre as celebridades, ricos e fotógrafos que lotam a badalada Via Veneto. Neste mundo marcado pelas aparências e por um vazio existencial, freqüenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.

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O LEOPARDO (Il Gattopardo)
Luchino Visconti


Sicília, durante o período do “Risorgimento”, o conturbado processo de unificação italiana, o príncipe Don Fabrizio Salina testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, lutando para manter seus valores em meio a fortes contradições políticas.

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QUEIMADA! (Queimada!)
Gillo Pontecorvo


Numa de suas melhores interpretações, Marlon Brando é um agente britânico que insufla a revolta numa colônia portuguesa e depois a esmaga com cinismo. O filme foi proibido durante anos no Brasil.

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NO TEMPO DO ONÇA (Go West)
Charles Riesner


Nesta louca comédia os irmãos Marx vão para o Oeste, um lugar onde o sol sempre brilha, a diversão nunca tem fim e onde eles passam a perna em um ladrão de terras.

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O ÁGUIA (The Eagle)
Clarence Brown


Uma czarina russa é apaixonada por um soldado, mas ele a rejeita. Por isso, ela pede a cabeça do rapaz a prêmio. Ao mesmo tempo, ele resolve usar uma máscara e se tornar o Águia, um justiceiro popular no estilo de Robin Hood. Mal sabe ele que sua principal vítima é pai de uma outra jovem por quem está apaixonado.

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O JOELHO DE CLAIRE (Le Genou de Claire)
Eric Rohmer


Um diplomata passa as últimas férias de solteiro às margens do lago Annecy. Lá ele reencontra uma amiga que alugou um quarto na casa de uma senhora e suas duas filhas, Laura e Claire. Logo a amiga avisa que Laura está interessada nele, incentivando-o a ter um último namoro antes do casamento. Mas o diplomata está mais interessado em Claire, tendo um desejo obsessivo de acariciar seu joelho.

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