{"id":32624,"date":"2018-01-04T09:10:09","date_gmt":"2018-01-04T09:10:09","guid":{"rendered":"http:\/\/spoilermovies.com.br\/?p=32624"},"modified":"2019-04-28T14:21:25","modified_gmt":"2019-04-28T14:21:25","slug":"120-battements-par-minute","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/spoilermovies.com.br\/2018\/01\/04\/120-battements-par-minute\/","title":{"rendered":"120 Batimentos por Minuto"},"content":{"rendered":"
\"BANNER-RIO-17\"<\/div>\n

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No auge da AIDS, isso nos anos 90, Robin Campillo filma 120 BATTEMENT PAR MINUTE, o ativismo, o esclarecimento, a luta para regularizar os primeiros medicamentos. E isso do come\u00e7o ao fim, do contagio aos \u00faltimos minutos, quase num tom documental\/panflet\u00e1rio. O faz pela causa, ele pr\u00f3prio gay, um membro da Act Up que a c\u00e2mera segue com milit\u00e2ncia radical. Seu filme \u00e9 a revolu\u00e7\u00e3o contra a indiferen\u00e7a, o medo, o sil\u00eancio que se manifesta a cada vida que se vai. E \u00e9 uma porrada porque incorpora o tema na tela, mostra o corpo doente, suas feridas, as debilidades, a pele definhando, o esqueleto surgindo. At\u00e9 n\u00e3o haver mais batida. Nenhum respiro. Eis o fim. <\/p>\n

\u00c9 um filme sob controle. As regras s\u00e3o bem definidas. Os debates s\u00e3o moderados. N\u00e3o h\u00e1 palmas, apenas estalar de dedos para n\u00e3o abafar as vozes. O processo, o protesto, o tempo e a energia, tudo \u00e9 controlado, pensado met\u00f3dica e democraticamente. \u00c9 um filme de grupo, similar \u00e0 ENTRE OS MUROS DA ESCOLA e POLISSIA, mas aqui, mais intenso, mais urgente, porque a doen\u00e7a, a contagem do v\u00edrus s\u00f3 cresce e extermina. \u00c9 tamb\u00e9m um filme de efervesc\u00eancia, que explode na tela em apitos e cartazes, no sangue que mancha as paredes, as m\u00e3os do empresariado farmac\u00eautico, a sociedade ap\u00e1tica pelo preconceito ou impot\u00eancia. Na natureza do discurso \u2013 m\u00e9dico ou pol\u00edtico -, nesse esfor\u00e7o de empoderamento coletivo, h\u00e1 ainda as pessoas, gays, usu\u00e1rios de drogas, ex-prisioneiros e hemof\u00edlicos. Tantas hist\u00f3rias que o cineasta condensa em depoimentos, pequenos relatos, intenso debate, seja pela narrativa, a a\u00e7\u00e3o, o filme, n\u00e3o importa, a inten\u00e7\u00e3o \u00e9 criar um resqu\u00edcio de empatia.<\/p>\n

O filme termina com a eutan\u00e1sia. Ou n\u00e3o, porque deixa a quest\u00e3o em aberto. Sabe-se, apenas, que em dado momento, nessa doen\u00e7a, no apartamento, na solid\u00e3o, h\u00e1 um ponto de n\u00e3o retorno. De reclus\u00e3o total. \u00c9 uma quest\u00e3o de acabar com isso. \u00c9, tamb\u00e9m a \u00faltima cena. N\u00e3o h\u00e1 qualquer debate aqui. N\u00e3o precisa. O rio segue seu curso. E com ele, sa\u00edmos da sala de proje\u00e7\u00e3o atordoados.<\/p>\n

RATING: 76\/100<\/strong><\/span><\/p>\n

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TRAILER <\/strong><\/span><\/p>\n