Por Eduardo Benesi
Jojo Todynho
Existem filmes que podem estar muito errados e que optam em jogar o cigarro aceso dentro do posto, talvez seja o caso de quando se melhora pra pior ou quando você vai vomitar, mas já volta. NOVA ORDEM, um título generalista para a barbárie sobreposta, metalinguagem rasteira ou o maniqueísmo em constante negação?
Se for, vá na paz. Inicialmente estamos naquele lugar que filmes recentes já exploraram, embora esse não se contente em abraçar a tendência do revanchismo de classe. Não estamos mais falando de um certo ganhar ou perder, cagando a moral da história. De repente todos perdem, não haverá qualquer herança moral, um filme que não nos pedirá desculpas, o México chega na Mostra gritando um Leão nada unânime, prefiro assim.
Entre corpos fugidios e tinta verde, assistimos ao caos gradativo contaminando toda e qualquer instituição, um ou outro recuo irônico, não há poupados, apenas culpados, a intemperança pluraliza em convulsão social, o laboratório inflamado de Michel Franco parece ter sede de querosene. A Casa Grande desaba, mas quer morrer abraçada.
Tão urbano quanto selvagem, promiscuamente violento e, sim, cabe a acusação de anarquia leviana. Um filme que escolhe estar errado e assim termina, um filme que vai até a penúltima consequência porque a última nunca chegará.
RATING: 81/100
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