Cannes 2019, All Stars

Duramente criticada pela falta de estrelas na Seleção Oficial de 2018, da falta de filmes americanos, das inúmeras picuinhas com a Netflix, o Festival de Cannes se prepara – em 2019 – para contra-atacar! Na briga (ou em negociação, se preferir), dois dos principais lançamentos do ano, de um lado THE IRISHMAN, de Martin Scorsese – muito especulado para o Filme de Abertura – e, do outro, ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD, de Quentin Tarantino, esse em Competição. Dois filmes que por si só representam o melhor de Hollywood, dois fortes contenders, senão às Palmas, certamente ao #Oscar2020. E não se engane, o portfólio de possíveis candidatos americanos conta ainda com FRANKIE, de Ira Sachs, com Marisa Tomei, Brendan Gleeson, Greg Kinnear e Isabelle Huppert; AD ASTRA, de James Gray, com Brad Pitt, Tommy Lee Jones e Donald Sutherland (aliás o filme teve sua estreia adiada justamente para maio, que coincidência…). O indie-gourmet THE DEAD DON´T DIE, de Jim Jarmusch, com Chloë Sevigny, Adam Driver e Bill Murray e, por fim, uma surpresa (!), DOMINO, de Brian De Palma, finalmente livre para distribuição depois de um longo imbróglio, o que abre as portas para nossa especulação.

Já nessa lista, são 5 títulos, um a mais do que a média histórica da competição, que divide o bolo entre 2 ou 3 asiáticos, 4 americanos, 4 franceses, 1 inglês, 1 latino, 1 médio oriental e o resto europeu, totalizando 20 ou 21 concorrentes à Palma. Vamos pautar os prognósticos por aí, o que torna a vida mais fácil, porque o único inglês possível é SORRY WE MISSED YOU, de Ken Loach, assim como o único filme do Oriente Médio com pedigree suficiente para a competição é IT MUST BE HEAVEN, de Elia Suleiman. Da América Latina, há dois anos sem filme em Competição, uma exceção (ou redenção?) já que BACURAU, de Kleber Mendonça Filho & Juliano Dornelles e EMA, de Pablo Larraín, estão muito bem cotados.

Da Ásia, primeiro um chute com ONE SECOND, de Zhang Yimou, que foi retirado da Competição de Berlim por “problemas técnicos”, mas nos bastidores se cogita censura política. Os outros mais fortes são WILD GOOSE LAKE, de Diao Yi’nan (Urso de Ouro por CARVÃO NEGRO, GELO FINO em 2014) e PARASITE, do velho habitué Bong Joon-ho.

Diz a lenda, que Thierry Fréumax só define os títulos franceses em competição, na véspera do anúncio oficial, mas já no mercado de Berlim o zumzumzum anda forte em torno de quatro títulos: PORTRAIT DE LA JEUNE FILLE EN FEU (Céline Sciamma), OH MERCY (Arnaud Desplechin), JEANNE (Bruno Dumont) e SIBYL (Justine Triet). E mais outros três rondam a Seleção, embora não necessariamente a competição: J’ACCUSE (Roman Polanski), GLORIA MUNDI (Robert Guédiguian), ETRE VIVANT ET LE SAVOIR (Alain Cavalier) e LES PLUS BELLES ANNÉES D’UNE VIE (Claude Lelouch). Por fim, há um buzz em torno de Abdellatif Kechiche para que ele abra a Quinzena dos Realizadores com MEKTOUB MY LOVE – INTERMEZZO.

Vamos aos europeus: cadeira cativa para AHMED, de Jean-Pierre & Luc Dardenne, sem dúvida. Provavelmente DOLOR Y GLORIA, de Pedro Almodóvar (sim, eu sei, o filme estreia em Março na Espanha, mas Cannes se permite escalar Premieres Internacionais em Competição), depois um italiano, IL TRADITORE, de Marco Bellocchio; um romeno, MANOR HOUSE, de Cristi Puiu e, por fim, o sueco IN ALL ENDLESSNESS, de Roy Andersson (Leão de Ouro em Veneza 2014, pelo filme dO POMBO).

E como runner-up, três pequenas apostas: RADEGUND, de Terrence Malick (em eterna post-produção); MATTHIAS & MAXIME, do “enfant terrible” Xavier Dolan e, um rumorzinho que vale a pena apostar: UNDINE, de Christian Petzold. Feito essas considerações, você encontra nossas apostas para o Festival de Cannes aqui, que sequer tem Presidente do Júri, mas muito se especula que esteja entre Afonso Cuáron ou Spike Lee:

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FESTIVAIS

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