13 Reasons Why

13 REASONS WHY é um suplício. Ele parte de um suicídio e as coisas não ficam mais fáceis. É pior. Muito pior. Causa arrepios, nos deixa melancólicos, é extremamente devastador. Não há qualquer alivio cômico. Nenhum respiro. Somente opressão. Claustrofobia. Em cada episódio, você coloca os fones de ouvido, ajusta a fita no walkman e aperta o play. E, do nada, um tapa. Que dói. Que cala. O próprio seriado é um bullying… E é devastador. E por que não?

No fundo é um drama adolescente, sobre tantos temas adolescentes, fala de drogas, sexo, álcool, mas vai além porque aborda essa geração. Não O CLUBE DOS CINCO, nem KIDS, mas do agora, dos vícios virtuais, dos escapes modernos, da melancolia e depressão. No colégio, o mundo se divide entre ação e reação, causa e consequência, likes e dislikes. Portanto, são duas histórias: De Hannah e seus porquês. Dos outros e sua culpa. Entre eles, um fantasma como narrador, nos assombrando com cada detalhe, episodio, fita, contando sobre os males do mundo, suas memorias, “memorias de um suicida”. E nesse luto, cada momento se divide em dois tons, os frios e os quentes. E no rosto do protagonista, o próprio efeito físico desse relato, o antes e o depois, o band-aid, os socos, a surra, ao ponto de se tornar insuportável vê-lo por tantas cicatrizes.

O mesmo efeito, o seriado causa em seu público: A culpa vai se somando, todos os jogos mentais, a construção do roteiro, a ambientação lúgubre… de repente, o aviso: Seria essa sua fita? Sua vez? O que você fez? Então, o precipício, o pânico. Incredulidade. Surto. Suspense. Lhe falta o ar. A respiração se torna mais intensa. O cérebro injeta adrenalina no sangue. É agora! Agorafobia? A sensação é de morte, mas calma… esse é o episódio 4. Ainda falta a festa. A “diversão”.

Haters dirão que é extremamente didático. Pelo público alvo, se justifica. A câmera focando em determinados objetos que voltarão em cena depois. Algumas falas justificando episódios posteriores. Sim, ainda é um jogo, e é tv. Mas é viciante por seus personagens, a interpretação feroz desse elenco, a trilha sonora ditando os sentimentos e pelos temas debatidos como nenhum outro audiovisual já feito. Ao final, temos uma (terrível) sessão de terapia, um tiro no peito, um choque de realidade e a sensação de ter visto algo insuperável. E não acaba aqui, ao que parece.

(Aos, cinéfilos, sim, fiquei com um ELEFANTE atrás da orelha. Entendedores entenderão)

RATING: 100/100

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