Procurando Dory

Dory se perdeu… E com ela, toda a Pixar, suas ideias, sua criatividade. Todos presos nesse turbilhão desconexo, nas aguas viscosas, nos canos cheios de craca, no cenário escuro, repleto de algas e marasmo. Então, PROCURANDO DORY, procurando a Pixar, seguimos a correnteza, de tanque em tanque, pelo oceano, pelos aquários, nos baldes, arremessados, atirados, catapultados, por um roteiro rocambolesco, conceitos difíceis, nenhum ensinamento ou motivação, apenas o dinheiro, a bilheteria, o tão vislumbrado caça niqueis.

Um filme que nada, nada e… Nada. Similar ao que PROCURANDO NEMO foi, senão um razoável conto em busca de identidades, de um pai, de um filho, de um relacionamento entre eles, da tênue relação entre superproteção e independência. E aqui – e novamente – temos os fragmentos de uma busca, especificamente a de Dory por sua identidade, sua família, mas que logo se esvai, cai no esquecimento, porque ela sofre de perda de memória. O que no primeiro filme era engraçado, basicamente uma piada, mas aqui, nessa historia, não o é. Torna-se um drama, talvez uma aventura. Um filme labirinto pelo subconsciente, as memorias, o passado, de difícil assimilação para as crianças, diria o publico alvo. Talvez uma falha de “eco localização” como se martela no filme.

Na verdade, é a tentativa de se esticar uma historia, por si só esgotada, fenômeno parecido ao que se viu na franquia “Shrek” e “Piratas do Caribe”. E, aqui – e novamente – com os adoráveis protagonistas, Dory, Merlin e Nemo, noutro Road-movie, outros personagens, mar afora, um oceano de possibilidades, um polvo briguento, um boto sem sentido, um tubarão-baleia míope, todos ali, por uma finalidade, deus ex machina por essa busca, aleatória, caótica. Inverossímil. Com eles, seguimos a trilha de conchas, pelo desfecho, pelo clichê, procurando Dory, tentando ser Dory e, ao final, querendo ser Dory para esquecer esse filme (que nem Sigourney Weaver poderia salvar).

RATING: 63/100

TRAILER

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ANIMAMUNDI · FILMES

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