Carol

Eis o grande retorno de Todd Haynes, bem LONGE DO PARAÍSO, mas novamente nesse universo (tão) feminino, nos Anos 50, outrora com Julianne Moore, depois com Kate Winslet (MILDRED PIERCE), mas agora, com Cate Blanchett e Rooney Mara, duas mulheres perdidas em seus sonhos, vivendo a centelha de um romance delicado, de extrema sutileza e sensual frieza.

Na tela, no balcão de uma loja de brinquedos, um olhar, um flerte, uma conexão imediata une essas duas mulheres, Therese e Carol, juventude e desejo, sonhos e frustrações, entendimento e companheirismo. Seria amor. Parece amor, mas isso é imoral nesses tempos donde o azul não é a cor mais quente, senão algo mais desbotado, frio, quase inexistente.

Mas algo acontece. É evidente, os sentidos, a paixão, o coração liberto de sua pele de vison e, ali escancarado, além e sob O CREPÚSCULO DOS DEUSES, diante de nossos olhos, essa luz, a atmosfera densa, esse Sol chamado Cate Blanchett pelo qual orbitam todos os olhares, do público, de Rooney, do marido frustrado que lhe nega a liberdade, a filha, sua razão de existir.

Então, de novo o espartilho, o armário, a moral. O abate de uma mulher em sua gaiola de ouro. Isso pelos ditames da moral, das normas sociais, da armadilha vil. Sim, o melodrama dos melodramas, uma historia de mulherzinhas, sublime, essencial. O clássico dos clássicos, mas de uma forma, um estilo, tão minucioso, tão elegante, que é impossível não se afinar com essa paranoia, esse turbilhão de emoções, donde Carol se encontra, Therese se encontrará e nós, o publico apaixonado, inocentemente vamos torcer.

RATING: 82/100

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FILMES · CANNES · FILMES LGBT

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